Mi lista de blogs

Mostrando entradas con la etiqueta Leonard. Mostrar todas las entradas
Mostrando entradas con la etiqueta Leonard. Mostrar todas las entradas

miércoles, 21 de agosto de 2019

Y EL ÓBOLO BAJO LA LENGUA





DA QUANDO

Da quando
ho deciso di non rispondere
mai più
a una tua lettera
nessun’altra lettera mai
ho più
Potuto
nemmeno aprirla

Lascio
che vengano
che mi cadano attorno
che giacciano laggiù ai miei piedi
capovolte e inevase
zitte
come me come ormai la mia
vita


                                                           Giorgio Bassani

viernes, 5 de julio de 2019

Y EL ÓBOLO BAJO LA LENGUA





PATIO HÚMEDO


Las arañas
iban por los laureles.

La casualidad
se va tornando en nieve,
y los años dormidos
ya se atreven
a clavar los telares
del siempre.

La quietud hecha esfinge
se ríe de la Muerte
que canta melancólica
en un grupo
de lejanos cipreses.

La yedra de las gotas
tapiza las paredes
empapadas de arcaicos
misereres.

¡Oh torre vieja! Llora
tus lágrimas mudéjares
sobre este grave patio
que no tiene fuente.

Las arañas
iban por los laureles.


Federico García Lorca

martes, 20 de diciembre de 2016

Y EL ÓBOLO BAJO LA LENGUA




           POÉTICA


Di la verdad.
Di, al menos, tu verdad.
Y después
deja que cualquier cosa ocurra:
que te rompan la página querida,
que te tumben a pedradas la puerta,
que la gente
se amontone delante de tu cuerpo
como si fueras
un prodigio o un muerto.


                             Herberto Padilla

sábado, 24 de septiembre de 2016

OTRA BALSA EN EL AQUERONTE







AS FOLHAS CAEM NO PASSEIO


        «Quando ponho de parte os meus [...] e arrumo a um canto, com um cuidado cheio de carinho — com vontade de lhes dar beijos — os meus brinquedos, as palavras, as imagens, as frases — fico tão pequeno e inofensivo, tão só num quarto tão grande e tão triste, tão profundamente triste!...

        Afinal eu quem sou, quando não brinco? Um pobre órfão abandonado nas ruas das sensações, tiritando de frio às esquinas da Realidade, tendo que dormir nos degraus da Tristeza e comer o pão dado da Fantasia. De um pai sei o nome; disseram-me que se chamava Deus, mas o nome não me dá idéia de nada. Às vezes, na noite, quando me sinto só, chamo por ele e choro, e faço-me uma idéia dele a quem possa amar... Mas depois penso que o não conheço, que talvez ele não seja assim, que talvez não seja nunca esse o pai da minha alma...

        Quando acabará isto tudo, estas ruas onde arrasto a minha miséria, e estes degraus onde encolho o meu frio e sinto as mãos da noite por entre os meus farrapos? Se um dia Deus me viesse buscar e me levasse para sua casa e me desse calor e afeição... Às vezes penso isto e choro com alegria a pensar que o posso pensar... Mas o vento arrasta-se pela rua fora e as folhas caem no passeio... Ergo os olhos e vejo as estrelas que não têm sentido nenhum... E de tudo isto fico apenas eu, uma pobre criança abandonada, que nenhum Amor quis para seu filho adotivo, nem nenhuma Amizade para seu companheiro de brinquedos.

        Tenho frio demais. Estou tão cansado no meu abandono. Vai buscar, ó Vento, a minha Mãe. Leva-me na Noite para a casa que não conheci... Torna a dar-me ó Silêncio [...], a minha ama e o meu berço e a minha canção com que eu dormia.»


Fernando Pessoa. Livro do desassossego. Editora Brasiliense.