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domingo, 23 de marzo de 2025

Y EL ÓBOLO BAJO LA LENGUA


 


FLORIRAM POR ENGANO AS ROSAS BRAVAS


Floriram por engano as rosas bravas

No Inverno: veio o vento desfolhá-las...

Em que cismas, meu bem? Porque me calas

As vozes com que há pouco me enganavas?


Castelos doidos! Tão cedo caístes!...

Onde vamos, alheio o pensamento,

De mãos dadas? Teus olhos, que num momento

Perscrutaram nos meus, como vão tristes!


E sobre nós cai nupcial a neve,

Surda, em triunfo, pétalas, de leve

Juncando o chão, na acrópole de gelos...


Em redor do teu vulto é como um véu!

Quem as esparze quanta flor! do céu,

Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?



Camilo Pessanha.